segunda-feira, 6 de abril de 2009

Diário - Homenagem à Cecília Meireles e Fernando Pessoa






Em carta de 1946 ao amigo poeta e ator Rui Affonso, Cecília dizia querer que a percebessem – “como uma criança antiga que a poesia de São Miguel no Açores nutriu, numa infância de sonho no regaço de uma avó dolorida, heróica e nobremente sentimental”.
Apesar das dolorosas circunstâncias ocorridas na infância de Cecília, ela lembrava sua infância de menina sozinha, que aprendia a cultivar como dons o silêncio e a solidão, como uma época maravilhosa – um fecundo tempo de aprendizado da realidade, o armazenamento de memórias, impressões e sensações que perdurariam, dando-lhe material de sua imensa obra (“Grande aula, a do silêncio”).
Em poesia, sintetizava:

‘É mal de família ser de areia, de água, de ilha”

Pessoa me fascina há tempos...através da expressão poética de sua luta interior, ao qual chamava "A Noite Escura da Alma" e depois ao se encontrar através do conhecimento teosófico, ele me encantou quando li seu prefácio na obra de Helena Blavatsk - A Voz do Silêncio.

Há dois anos, depois de já trabalhar com o personagem menina de Cora "Aninha", havia criado também os personagens meninos de Cecília Meireles e Fernando Pessoa, mas que ficaram engavetados este tempo todo, talvez respirando um pouco da solidão dos poetas no fundo de minha gaveta, até que me deparei com este desejo de Cecília de ser vista como uma “criança antiga”.
Então chegou a hora, pois sinto que eles me pedem para respirar novos ares e através desta ponte, eles nunca mais serão sós...






4 comentários:

Jl-Czr disse...

esse trabalho ficou magnifico!
se eu pudesse "pagar com o corpo" ficaria com ele.....
voce brilha ó minha estrela!

Adriana C. Braga disse...

bem, podemos pensar sobre o assunto, mas já vou adiantando que ele não tem preço...:)

Juliana Fonseca disse...

que coisa linda !!

violett disse...

Apesar de gostar muito dos dois, foi uma surpresa ver essa conecção estre estes dois poetas lindos, expresso meu apego maior por Cecília, por ser mulher e conquistar esse espaço que parece dominado pelos poetas masculinos. Vejo muitas garotas que gostam de poesia, mas que escrevem, são poucas.